A directora do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), Amélia Mingas, alertou hoje para o risco de extinção da instituição seos países que integram a comunidade lusófona não assumirem"politicamente" a sua importância."Há necessidade de que os Estados-membros [da Comunidade dos Países deLíngua Portuguesa, CPLP] assumam politicamente a importância daexistência do IILP porque se continuar como está poderá desaparecer",disse a directora-executiva do instituto.
Amélia Mingas, que falava à agência Lusa no final da reunião doconselho científico do ILLP que hoje terminou em Lisboa, apontou afalta de autonomia financeira como uma das principais "fragilidades"do organismo de defesa e promoção da língua portuguesa."O IILP nunca teve dinheiro para funcionar e o ano passado foirealmente desastroso", sublinhou a responsável, explicando que oorçamento de funcionamento da instituição ronda os 183 mil eurosanuais e que metade dos países não contribui. "Só Portugal, Brasil,Angola e Cabo Verde é que contribuem regularmente", disse.Da reunião do conselho científico, que contou pela primeira vez com apresença de representantes dos oito países da CPLP, saiu uma propostade alteração dos estatutos do ILLP que vai no sentido dar ao organismomais autonomia, maior ligação entre a direcção e as comissõesnacionais e capacidade de alterar a composição do conselho científico— na maioria composto por diplomatas —, dotando-o de maior capacidadetécnica no domínio da língua.Amélia Mingas sustenta que a proposta de reformulação dos estatutos"se impunha" para melhorar o funcionamento e que pela sua aprovaçãopassa muito do futuro da instituição. A proposta de reformulação dosestatutos do IILP terá que ser aprovada pelos Ministérios dos Negócios Estrangeiros dos oito países que constituem a CPLP."Pensamos que esta proposta poderá mudar a situação. Mas,independentemente da proposta, é a vontade política dos Estados quetem que se fazer sentir", sublinhou."O que se quer é um maior compromisso e a assunção política dosEstados da responsabilidade que têm na continuação desta instituição",acrescentou.
A responsável admitiu que durante a reunião, que decorreu desdesegunda-feira, a extinção do instituto esteve em cima da mesa, bemcomo a possibilidade de abrir representações do IILP em países onde alíngua portuguesa corre perigo, como Timor-Leste
O IILP foi idealizado em 1989, antes mesmo da criação da Comunidadedos Países de Língua Portuguesa (CPLP), foi criado em 1999 e começou afuncionar, oficialmente, em 2002, na Cidade da Praia, em Cabo Verde.No entanto, a actividade da instituição, têm-se resumido à realizaçãode algumas conferências e simpósios sobre a língua portuguesa.
Fonte: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1383554
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