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20/05/2009 - 15:30
Parlamento português discute renegociação de Acordo OrtográficoO acordo gerou vários movimentos contrários na sociedade portuguesaLisboa - Por pressão popular, o Parlamento português discute hoje umaproposta de renegociação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, apesar de este já ter sido aprovado pelo governo e pela Assembleia daRepública.A proposta chegou ao Parlamento graças à uma petição assinada por 113.206 portugueses - para obrigar a Casa a discutir um assunto bastam5.000 assinaturas."A petição foi discutida na Comissão de Ética e Sociedade daassembleia e o relatório do deputado Barreiras Duarte, que dá razão àpetição, foi aprovado por unanimidade", afirmou o editor eeurodeputado Vasco Graça Moura, um dos organizadores do abaixo-assinado, conforme noticia a BBC Brasil.Graça Moura explica o que propõe o relatório aprovado: "Pede-se que ogoverno abra negociações com o objetivo da revisão dos termos doacordo. Na nossa opinião, o acordo teria de ser revogado porque é umacúmulo de disparates."De todos os países lusófonos, apenas o Brasil deu início oficialmenteao período de transição da aplicação do Novo Acordo Ortográfico.Portugal está entre os quatro países - com Brasil, São Tomé e CaboVerde - da comunidade dos países de língua portuguesa que já aprovaramo acordo.A data do início do período de transição em Portugal ainda não foideterminada.Da parte do governo português, a posição está tomada: "O fato é que oacordo já está em vigor. Foi aprovado pelo governo, aprovado pelaAssembleia da República, promulgado pelo presidente e o instrumento deratificação foi depositado no Ministério de Negócios Estrangeiros nodia 13 de maio", afirma Rui Peças, assessor de imprensa do ministro daCultura.Quanto ao possível resultado da discussão no Parlamento, Peças assumeuma posição de cautela: "Vamos esperar para ver o que for aprovado naAssembleia da República para depois tomar uma posição."Para os assinantes da petição, as justificativas para acordo sãofalsas: discordam de que ele vai ajudar a combater o analfabetismo coma simplificação e ajudar a língua portuguesa a se impor como línguainternacional . Eles também consideram que a justificativa para suaadoção não é baseada em argumentos científicos.Entre as principais queixas apresentadas pelos críticos do acordo estáa que a eliminação de "p" e "c" não pronunciados em palavras como"óptimo", "Egipto", "acto", "inspecção" ou "facção" abandona aetimologia (história) das palavras. Eles dizem que o acordo não temcoerência por eliminar essas letras não pronunciadas e manter o "h",como em humano ou hora.Muitas das pessoas que se opõe ao acordo afirmam que ele é umaconcessão ao português do Brasil e que unificará pouco o idioma. Umdos exemplos é que Portugal e os outros seis países de línguaportuguesa vão continuar a escrever "antónimo" e "género" enquanto anorma brasileira vai manter nessas palavras o acento circunflexo.
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